Um estudo publicado recentemente no Journal Neurobiology of Disease, realizado pela Universidade do Arizona – EUA, traz a informação de que a Luz Azul tem efeitos benéficos quando utilizada por pacientes recuperação da estrutura, função e cognição do cérebro após lesão cerebral traumática leve (mTBI), segundo William D. “Scott” Killgore, professor de Psicologia, Psiquiatria e Imagens Médicas, um dos autores da pesquisa.

Luz Azul

Essas lesões traumáticas leves, normalmente são decorrentes de quedas, brigas, acidentes em práticas esportivas e alguns militares, por exposição a explosões: ondas de choque atingem o tecido mole do intestino e empurram uma explosão de pressão para o cérebro, causando danos microscópicos aos vasos sanguíneos e ao tecido cerebral, disse Killgore.

Dores de cabeça, problemas de atenção e confusão mental são muito relatados após ferimentos na cabeça e podem persistir por semanas ou meses para algumas pessoas.

Porém, alguns pacientes não notam que houve a lesão passando despercebida, e cerca de 50% das pessoas com mTBI, apresentam problemas de sono após uma lesão.

O sono e os ritmos circadianos são contribuintes poderosos, porém menos compreendidos, para o desempenho cognitivo e a saúde do cérebro. 

Então, iniciou-se o estudo clínico randomizado, que consiste na exposição à luz azul do comprimento de ondas, usando um dispositivo semelhante a um cubo que emite luz azul brilhante (com um comprimento de onda de pico de 469 nm), todos os dias pela manhã durante 30 minutos por 6 semanas consecutivas. 

Foi capitalizado então, o efeito de redefinição circadiana da luz de comprimento de onda azul para mudar de fase os padrões de sono de pacientes adultos (18 a 48 anos) em recuperação de lesão cerebral traumática leve (mTBI), com o objetivo de facilitar a recuperação da estrutura cerebral, conectividade e desempenho cognitivo.

 

O RESULTADO APRESENTADO FOI

Os voluntários adormeceram e acordaram em média uma hora mais cedo do que de costume e ficaram menos sonolentos durante o dia, e de fato a luz azul pode manter o estado de alerta tanto quanto o café. Tudo depende da quantidade de consumo. É possível consumir café todo dia, assim como a luz azul, na medida certa e sem danos à saúde.

“Quando se trata de luz, o tempo é crítico. A luz não é necessariamente boa ou má em si mesma. Como a cafeína, tudo se resume a quanto você a usa. Pode ser terrível para o seu sono se você estiver consumindo café às 10 horas da noite, mas pode ser ótimo para o seu estado de alerta se você o tomar pela manhã.” – de acordo com Killgore.

Foi apresentando ainda, uma melhora considerável na velocidade e eficiência do processamento cerebral mostrando um aumento no volume no núcleo pulvinar, que é a área do cérebro responsável pela atenção visual.

Isso indica melhorias na cognição e menos sonolência diurna, destaca o pesquisador, que segue acrescentando que o efeito nocivo da luz azul depende muito de como e o quanto ela é utilizada, sendo ideal uma pequena pausa de 2 minutos a cada duas horas do uso contínuo de aparelhos emissores.

Essa exposição, todas as manhãs ajuda na recuperação do ritmo circadiano inibindo a produção cerebral da substância química chamada melatonina, que deixa o ser humano sonolento e prepara o cérebro para dormir. Sendo assim, quando exposto à luz azul pela manhã o relógio biológico do cérebro muda, produzindo melatonina à noite colaborando para que as pessoas durmam melhor e com sono mais regular.

“Achamos que estamos facilitando a cura do cérebro promovendo um sono melhor e o alinhamento circadiano e, à medida que esses sistemas se curam, essas áreas do cérebro estão se comunicando com mais eficiência. Isso pode ser o que está se traduzindo em melhorias na cognição e menos sonolência diurna”, disse Killgore.

Há certa concordância  na opinião da comunidade científica, com relação aos benefícios da utilização de luz azul na recuperação de pessoa com mTBI, sendo assim Killgore e sua equipe pretendem continuar suas pesquisas para averiguar se a luz azul melhora a qualidade do sono, e como a terapia com luz pode afetar distúrbios emocionais e psiquiátricos.

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